Arquivos do autor: Dra Maria Paula Carlin Cambi

Vegetarianismo e Cirurgia Bariátrica: Experiência Indiana A cirurgia bariátrica causa um impacto no estado nutricional dos pacientes com diminuição da ingestão alimentar, intolerância alimentar, aversões alimentares, compulsão por doces, diminuição da absorção de vitaminas, minerais e macronutrientes. Em populações como a Índia que majoritariamente é vegetariana, sendo 75% de lactovegetarianos, 25% de ovo lactovegetariano e 1% veganos, há uma maior incidência de anemia ferropriva. Após a cirurgia bariátrica 31% dos pacientes pioram o quadro de anemia ferropriva. As causas da anemia ferropriva são várias. O ácido gástrico converte o ferro férrico em ferroso e absorção do ferro se dá no duodeno e jejuno proximal. Com as técnicas de Bypass Gástrico e Sleeve Gástrico  este processo fica comprometido. O ferro usado precisa ser o não heme, de fontes vegetais. A recomendação de ferro para homens adultos é de 17mg/dia e 21mg/dia para mulheres. Ideal é usar as fontes de suplementação de…

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O Modelo de Prato Bariátrico foi criado pela Dra. Maria Paula Carlin Cambi e Dr. Giorgio Baretta e publicado em  Cambi MPC, Baretta GAP. Guia alimentar bariátrico: modelo do prato para pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. ABCD Arq Bras Cir Dig. 2018;31(2):e1375.  https://doi.org/10.1590/0102-672020180001e1375 Como o objetivo de facilitar o entendimento dos pacientes sobre a orientação nutricional, foi sugerido uma ilustração de como compor o prato diário. A prioridade sempre é a proteína que deve ser ingerida por primeiro (de alto valor biológico: fontes animais como carnes, leite e seus derivados) e de baixo valor biológico (grãos como feijão, grão de bico, ervilha, soja, lentilha), em segundo lugar as vitaminas e minerais (frutas e verduras bem coloridas e variadas) e por fim os carboidratos que são estimulados na forma integral para melhorar a saciedade, nutrir o intestino e diminuir a absorção de açúcares e gorduras.

Alimentação Branda após a Cirurgia Bariátrica A alimentação branda caracteriza-se pela atenuação da textura através da cocção das fibras e de verduras/ legumes / frutas e tecido conectivo das carnes, com a finalidade de facilitar o trabalho digestivo (mastigação /deglutição/digestão/absorção). Aqui não se usa peneira, nem liquidificador, somente alimentos cozidos que podem ser amassados no prato, caso o paciente se sinta mais seguro. Fracionamento: a cada 3 horas. Opções: legumes cozidos ao dente, ovos cozidos, omelete, carnes moidas ou desfiadas no prato, frutas, torradas, etc. Curiosidade: o fracionamento não é importante para proporcionar emagrecimento em tratamentos clínicos de obesidade, definitivamente não é um fator chave para a perda de peso. Neste caso o que se mede é o total de calorias ingeridas ao longo do dia, independentemente do fracionamento. No caso da cirurgia bariátrica, o fracionamento é fundamental para evitar hipoglicemia reativa. Além disso, o volume alimentar por refeição é…

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Alimentação Pastosa após a Cirurgia Bariátrica As mudanças na consistência alimentar são prescritas rotineiramente após cirurgias gastrointestinais como as bariátricas. Não há uma padronização no Brasil sobre isso. Por isso o tempo de uso é variável de 7 a 15 dias. A alimentação pastosa é uma fase breve de transição alimentar após a alimentação líquida da cirurgia bariátrica.  Ela pode ser mastigada e deglutida com pouco ou nenhum esforço. Proporciona repouso digestivo, quantidade adequada de nutrientes. A textura é macia. Pode usar liquidificador e não mais peneira. Serve para facilitar a mastigação, ingestão e deglutição e de permitir certo repouso gastrointestinal. A característica original é ser normoglicídica, normoprotéica e normolipídica. Porém para o pós operatório da obesidade, vem acompanhada de vitaminas e minerais, proteínas (Whey protein) e prebióticos em pós, para reestruturar sua composição. É indicado alimentos em forma de purês, cremes, papas, suflês. O fracionamento é a cada 2horas.…

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A cirurgia bariátrica pode ser restritiva (Sleeve ou Manga Gástrica) ou mista (Bypass Gástrico). Ambas dependem de um período de cicatrização seja do estômago ou estômago e intestinos. Características: é uma alimentação muito restrita, geralmente usada em pós-operatórios, principalmente de cirurgias relacionadas ao trato gastrointestinal, com finalidade exclusiva de hidratação e de readaptação do processo digestivo e absortivo após paralisação por anestesia. Fornece um mínimo de resíduos, propiciando o máximo de repouso intestinal. Suas principais características são:É composta de alimentos líquidos ou que se liquefazem a temperatura corporal em contato com a boca. Possui baixo valor calórico (hipocalórica), em torno de 400 a 800 kcal (com média de 500 kcal/dia), por não conter uma variedade alimentar que propicie oferta calórica adequada, devendo ser ofertada por pouco tempo, pois não tem o objetivo de nutrir, apenas de hidratar. Nutricionalmente é hiperglicídica (até 70%), hipoproteica e hipolipídica. Porém já é acrescida de Whey…

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Proteínas são polímeros complexos, caracterizados pela presença de nitrogênio em sua estrutura química. São formadas por ligação de 20 diferentes aminoácidos. A sequencia destes aminoácidos na cadeia é determinada pelo ácido desoxirribonucleico (DNA). por meio de processos de transcrição e tradução. Destes 20 aminoácidos, nove são essenciais, ou seja, não podem ser sintetizados pelo organismo humano a partir de outros compostos, devendo ser ingeridos pela alimentação. A deficiência destes aminoácidos essenciais provoca redução da taxa de crescimento do organismo e diminuição das funções não vitais, como a reprodução, podendo até levar a falência de órgãos vitais como cérebro e o coração. Por isso o ser humano precisa ingerir as principais fontes protéicas diariamente como leite, carnes, ovos, cereais e leguminosas. As proteínas das leguminosas como feijões, ervilhas, amendoim, grão de bico e lentilhas caracterizam-se por um teor protéico elevado, que varia de 20 a 40%, sendo a maior parte constituída…

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RIBOFLAVINA (VITAMINA B2) A riboflavina  foi descoberta no final do século XIX como um composto amarelo fluorescente presente no soro do leite. É um pigmento de cor amarela, isolada inicialmente em tecidos animais, leite e ovos. É estável ao calor e oxidada em meio ácido. Possui baixa solubilidade em água e pode ser perdida adicionando bicarbonato na cocção ou exposta ao UV. É fosforilada na absorção e estocada no fígado, baço, rins e múscuko cardíaco. Sua absorção aumenta na presença de alimentos (60% de eficiência) e, quando administrada isoladamente, apenas 15% é absorvido eficientemente. O organismo humano não tem capacidade de sintetizar a riboflavina, por isso há a necessidade de se obter essa vitamina por meio da alimentação. As principais fontes são ovos, carnes, farelo de trigo, leite e derivados.  A RDA para adultos fica entre 1,1 a 1,3mg/d. A absorção da riboflavina se dá no jejuno, porém o duodeno…

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VITAMINA A: fundamental para nossa visão!                                                                                                                        É denominada de retinol devido sua função específica na retina do olho. É um álcool insaturado e sua estrutura permite a formação de 16 isômeros, dois com importância: transretinal (forma biologicamente mais ativa) cis-retinol com ação biológica na retina e ciclo visual (síntese de rodopsina) A vitamina A é lipossolúvel e tem funções muito importantes no crescimento, visão, integridade estrutural e funcional do tecido epitelial, reprodução e formação de dentes e ossos. Atua na síntese protéica e de membranas celulares, além da proteção de barreira…

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ABREVIAÇÃO DE JEJUM PRÉ OPERATÓRIO Há pouca informação ainda sobre a abreviação de jejum com uso de líquidos ricos em carboidratos. Um pré operatório bem feito pode render melhores resultados após a cirurgia. Por isso, em busca de excelência na boa recuperação nutricional, diminuição do tempo de internação, a quebra do jejum pré operatório pode fazer a diferença. É segura, melhora o controle glicêmico. O jejum prolongado é prejudicial ao paciente, especialmente no paciente idoso. A resposta orgânica ao jejum é agravada com o trauma operatório e a lesão tecidual que o segue. Além do aumento dos hormônios contrarreguladores, o jejum associado ao trauma desencadeia maior produção de mediadores inflamatórios que incrementam a resposta orgânica com inúmeros efeitos, tais como aumento da resistência insulínica, proteólise muscular, lipólise e, dependendo do porte da operação, franca resposta inflamatória sistêmica. Nesse contexto, ocorre liberação de citocinas e produção de proteínas de fase aguda…

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ESPEN: Guia prático de Nutrição Clínica na Doença Inflamatória Intestinal O guia nutricional divulgado consiste de 40 recomendações para nortear o tratamento nutricional na Doença Inflamatória Intestinal(DII) que são a Retocolite Ulcerativa (RU) e a Doença de Crohn (DC): Prevenção da DII: dieta rica em fibras e vegetais, rica em ácidos graxos w 3 e baixa em ácidos graxos w 6. Amamentação é recomendada, porque diminui o risco de DII. Pacientes com DII têm alto risco de desenvolver desnutrição, por isso precisam de um diagnóstico preciso e regular. Pacientes desnutridos com DII devem ser tratados adequadamente porque estão sujeitos a um pior prognóstico, complicações, piora da qualidade de vida e mortalidade. Os requerimentos de energia dos pacientes com DII são similares ao da população geral. Os requerimentos protéicos no período de atividade da doença é de 1,2 a 1,5g/Kg/d e no período de remissão é de 1g/Kg/dia. Atenção porque o…

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