Menopausa: qual o papel da Nutrição?

A nutrição desempenha um papel crucial durante a menopausa, influenciando tanto a saúde geral quanto a qualidade de vida das mulheres nesta fase da vida.
A menopausa está associada a um aumento na prevalência de obesidade, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares e osteoporose. A modificação dos hábitos alimentares pode ajudar a mitigar esses riscos.
Dietas com baixo teor de gordura e baseadas em plantas apresentam efeitos benéficos na composição corporal de mulheres pós-menopáusicas, embora mais estudos sejam necessários para confirmar esses resultados.
A dieta mediterrânea, rica em alimentos com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, tem sido associada à prevenção primária de doenças ósseas, metabólicas e cardiovasculares durante a menopausa. Essa dieta também pode ajudar no controle de peso e proporcionar melhor qualidade na massa óssea e muscular. A dieta mediterrânea é um padrão alimentar saudável caracterizado pelo consumo adequado de vegetais, frutas, grãos integrais e leguminosas com redução de gorduras animais saturadas em favor de gorduras vegetais insaturadas e alta ingestão de compostos bioativos, incluindo polifenóis e ácidos graxos ω-3 com potência anti-inflamatória e antioxidante. Devido à sua palatabilidade e sustentabilidade a longo prazo, a dieta Mediterrânea, especialmente se hipocalórica, combinado com exercício físico regular de resistência, mostrou resultados promissores em termos de perda de peso em indivíduos com obesidade, bem como efeitos benéficos semelhantes na obesidade relacionada à menopausa. Foi observado que uma maior adesão à dieta Mediterrânea na menopausa está associada à redução do risco de sobrepeso/obesidade, melhor perfil cardiometabólico e melhora nos sintomas da menopausa. Embora seja necessário confirmar esses dados com futuros grandes ensaios de intervenção, a dieta Mediterrânea pode ser considerada uma abordagem segura e saudável no tratamento da obesidade relacionada à menopausa e suas complicações cardiometabólicas.
Além disso, a ingestão adequada de nutrientes como vitamina D, cálcio, vitamina C, vitaminas do complexo B e proteínas é essencial para a prevenção de doenças como a osteoporose e para a manutenção da saúde geral.
A deficiência de nutrientes como vitamina B6, vitamina B12, ferro, ácidos graxos ômega-3 e licopeno pode aumentar a vulnerabilidade a comorbidades, incluindo eventos cardiovasculares. 
Intervenções nutricionais também têm potencial marcado na redução dos sintomas depressivos e de ansiedade durante a transição da menopausa, embora haja variabilidade nos resultados das pesquisas recentes.
O consumo de alimentos ricos em proteínas, como peixe, leite e produtos de soja, podem aliviar a gravidade dos sintomas da menopausa (como fogachos, falta de lubrificação nas mucosas, névoa mental e acúmulo da gordura na região abdominal) e atrasar a idade para a entrada no climatério. 
Portanto, uma abordagem nutricional equilibrada e personalizada, possivelmente ao incorporar uma dieta mediterrânea e garantir a ingestão adequada de nutrientes essenciais, pode ser uma estratégia eficaz para melhorar a saúde e o bem estar físico e mental na vida das mulheres que atualmente estão no auge de sua produtividade. 
Referências:

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