Nutrigenética: relação da doença celíaca e infertilidade
A doença celíaca (DC) é uma doença inflamatória crônica que afeta aproximadamente 1% da população mundial. É caracterizada por sintomas gastrointestinais, como dor e distensão abdominal, diarreia, má absorção, vômitos e características não gastrointestinais, como fadiga crônica, anemia por deficiência de ferro, dermatite herpetiforme, após a ingestão de gliadina, uma proteína do glúten, presente principalmente no trigo, mas também na cevada e no centeio. As causas desta doença são genéticas e ambientais. A suscetibilidade genética é atribuída principalmente ao haplótipo DQ2 ou DQ8 do antígeno leucocitário humano (HLA), identificado por testes genéticos moleculares de HLA-DQA1 e HLA-DQB1. Aproximadamente 95% dos pacientes com DC apresentam resultados positivos para pelo menos um deles, mas sua prevalência na população em geral varia de 30% a 40%, com apenas cerca de 3% dos portadores realmente desenvolvendo DCs. A presença dos haplótipos DQ2 e DQ8 define um indivíduo como suscetível. Fatores adicionais desempenham um papel…
Tipos de Chocolate
O cacau, principal ingrediente do chocolate, apresenta em sua composição, principalmente, gordura (40 a 50% de manteiga de cacau) e é rico em polifenóis, com atividade antioxidante e anti-inflamatória. Vale destacar que o teor de polifenóis depende da matéria prima e do processo de fabricação. Chocolate ao leite: contém manteiga de cacau, leite em pó, lecitina e cacau (20 – 25%) MELHOR EVITAR Chocolate dark – 50 – 100%: contém sólidos de grãos de cacau e manteiga de cacau. A qualidade desse chocolate depende da quantidade de cacau na composição, ou seja, quanto maior a % do cacau, maior será a quantidade de polifenóis. IDEAL PARA O CONSUMO COM MODERAÇÃO!! Chocolate branco: contém manteiga de cacau, leite e açúcar. Pode não ser considerado chocolate de acordo com a legislação, isso porque não leva sólidos de cacau na composição. MELHOR EVITAR Referência: Montagna MT el al Food of the Gods:…
Atuação da Nutrição no Lipedema
A obesidade é frequentemente associada a um estado inflamatório corporal crônico. O tecido adiposo é um órgão endócrino que secreta uma variedade de citocinas e hormônios, inlcuindo adipocinas, que podem influenciar a inflamação sistêmica. Em indivíduos obesos, o tecido adiposo pode se tornar disfuncional e liberar quantidades excessivas de adipocinas pró inflamatórias, como fator de necrose tumoral alfa (TNF a), interleucina-6 (IL-6) e proteína de fase aguda como a proteína C reativa (PCR). Essas adipocinas podem levar a um estado inflamatório crônico de baixo grau, que pode contribuir para o desenvolvimento de doenças metabólicas, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e outras condições associadas à obesidade. O lipedema é uma doença caracterizada pelo aumento bilateral e desproporcional do volume das extremidades inferiores e, em alguns casos, dos braços, devido à deposição anormal de tecido adiposo subcutâneo. É classificada em 4 estágios: Estágio 1: a pele pode parecer lisa e macia,…
Nutrição na Cirurgia Plástica
A nutrição desempenha um papel crucial na cirurgia plástica e influencia diretamente na cicatrização. A literatura médica destaca que deficiências nutricionais podem levar a complicações graves pós operatórias. A avaliação e otimização do estado nutricional dos pacientes antes da cirurgia são essenciais para minimizar riscos e melhorar os resultados. Pacientes que passaram por cirurgia bariátrica, por exemplo, apresentam frequentemente deficiências de vitaminas e minerais. A suplementação nutricional adequada pode corrigir essas deficiências e reduzir significativamente as complicações cirúrgicas. Pacientes com anemia ferropriva devem ser orientados antes a realizarem a suplementação pertinente, recuperarem o estado nutricional antes de se submeterem ao processo cirúrgico. Além disso, a nutrição perioperatória pode impactar positivamente a redução de hematomas e edema. O uso de imunonutrição é sedimentado na literatura como uma suplementação essencial no preparo pré operatório e trans operatório para a reparação tecidual e melhor cicatrização. Portanto, a atenção aos cuidados com o estado…
Leite sem Lactose
Leite sem lactose: entenda o processo O açúcar presente naturalmente no leite se chama lactose. Para digerir o leite, nosso corpo precisa quebrar a lactose gerando como resultado dois açúcares menores: a glicose e a galactose. E quem serve de “martelo” pra quebrar é uma enzima, chamada lactase. A intolerância à lactose acontece quando, ao longo da vida, algumas pessoas diminuem a produção desta enzima e ficam incapazes, parcial ou totalmente, de digerir este açúcar do leite. Mas isso não precisa ser motivo de privação. Apesar de não ser possível remover a lactose, industrialmente é possível transformá-la, de maneira que o produto possa ser ingerido por quem é intolerante à lactose. Como é feito o leite sem lactose? Já que o problema que afeta quem possui intolerância à lactose é não conseguir quebrar a lactose, o que a indústria faz é, com a ajuda da enzima lactase, realizar esta quebra. A enzima é adicionada ao…
Probióticos e Saúde
Os probióticos desempenham um papel vital no tratamento de doenças imunológicas e inflamatórias, melhorando a função da barreira intestinal; no entanto, falta uma avaliação abrangente. Um estudo teve como objetivo explorar o impacto dos probióticos na barreira intestinal e na função imunológica relacionada, inflamação e composição da microbiota. Uma revisão sistemática e meta-análises foram conduzidas. Utilizaram quatro grandes bases de dados (PubMed, Science Citation Index Expanded, CENTRAL e Embase). Diferenças médias ponderadas foram calculadas para resultados contínuos com intervalos de confiança (ICs) de 95% correspondentes, a heterogeneidade entre os estudos foi avaliada utilizando estatística I2 (teste qui-quadrado) e os dados foram reunidos usando meta-análises de efeitos aleatórios. A meta-análise de dados de um total de 26 ECRs (n = 1891) indicou que os probióticos melhoraram significativamente a função da barreira intestinal medida pelos níveis de TER (MD, 5,27, IC de 95%, 3,82 a 6,72, P < 0,00001), zonulina sérica (SMD,…
Nutrição de Precisão – Nutrigenética
Você conhece o que é nutrição de precisão e a nutrigenética? A nutrição de precisão e a nutrigenética são áreas emergentes no campo da nutrição que visam personalizar as recomendações dietéticas com base nas características individuais, incluindo o perfil genético, o microbioma intestinal e fatores ambientais. A nutrição de precisão busca entender a variabilidade metabólica entre indivíduos para desenvolver planos dietéticos personalizados que otimizem a saúde individual.[1-2] Esta abordagem considera interações gene-nutriente, dinâmicas do microbioma e fatores de estilo de vida, sendo particularmente relevante para o manejo de doenças complexas como a obesidade e o diabetes tipo 2.[3-4] A nutrigenética, por sua vez, foca nas interações entre genes e nutrientes, analisando como variantes genéticas podem influenciar a ingestão e o metabolismo de nutrientes específicos, além de prever a variabilidade individual na resposta a intervenções dietéticas.[4-5] Estudos de nutrigenética têm investigado polimorfismos que afetam a homeostase energética e a composição corporal, bem…
Nutrição da Síndrome de Ovários Policísticos
Como a Nutrição pode auxiliar? A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma condição complexa que requer uma abordagem multifacetada, incluindo intervenções nutricionais. De acordo com as diretrizes internacionais baseadas em evidências para a avaliação e manejo da SOP. Até o moemnto não há suporte para endossar um tipo específico de composição dietética em detrimento de outro para melhorar os resultados antropométricos, metabólicos, hormonais, reprodutivos ou psicológicos.[1-2] Portanto, qualquer composição dietética que esteja de acordo com as diretrizes populacionais para uma alimentação saudável pode trazer benefícios à saúde. É importante que os profissionais de saúde aconselhem uma alimentação saudável e sustentável, adaptada às preferências e objetivos individuais.[1-2] As intervenções dietéticas devem focar na melhoria da resistência à insulina, função metabólica e reprodutiva, o que pode ser alcançado através de dietas hipocalóricas para perda de peso ou manutenção de um peso saudável, limitação da ingestão de açúcares simples e carboidratos refinados,…
Novas Diretrizes para o Diagnóstico da Obesidade!!!
ATENÇÃO! Nova abordagem no diagnóstico e tratamento da obesidade! O IMC (índice de massa corporal) sozinho não nos diz muita coisa. Isso já estava em discussão há muitos anos quando nos consultórios estavávamos diante de pessoas metabolicamente doentes, mas que não tinham o IMC compatível para se submeterem à cirurgia bariátrica. As diretrizes mais recentes para o diagnóstico de obesidade estão evoluindo para incorporar medidas mais diretas de adiposidade, além do tradicional índice de massa corporal (IMC). O IMC continua a ser uma ferramenta amplamente utilizada devido à sua simplicidade e baixo custo, mas tem limitações significativas, especialmente em populações específicas e em diferentes faixas etárias. 1. Percentual de Gordura Corporal (%GC): Estudos recentes sugerem que o percentual de gordura corporal pode ser uma medida mais precisa para definir sobrepeso e obesidade. Por exemplo, para homens, o sobrepeso pode ser definido como 25% de gordura corporal e obesidade como 30%. Para mulheres, esses…
Menopausa: qual o papel da Nutrição?
A nutrição desempenha um papel crucial durante a menopausa, influenciando tanto a saúde geral quanto a qualidade de vida das mulheres nesta fase da vida. A menopausa está associada a um aumento na prevalência de obesidade, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares e osteoporose. A modificação dos hábitos alimentares pode ajudar a mitigar esses riscos. Dietas com baixo teor de gordura e baseadas em plantas apresentam efeitos benéficos na composição corporal de mulheres pós-menopáusicas, embora mais estudos sejam necessários para confirmar esses resultados. A dieta mediterrânea, rica em alimentos com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, tem sido associada à prevenção primária de doenças ósseas, metabólicas e cardiovasculares durante a menopausa. Essa dieta também pode ajudar no controle de peso e proporcionar melhor qualidade na massa óssea e muscular. A dieta mediterrânea é um padrão alimentar saudável caracterizado pelo consumo adequado de vegetais, frutas, grãos integrais e leguminosas com redução de gorduras animais saturadas…