Probióticos e Saúde

Os probióticos desempenham um papel vital no tratamento de doenças imunológicas e inflamatórias, melhorando a função da barreira intestinal; no entanto, falta uma avaliação abrangente.

Um estudo teve como objetivo explorar o impacto dos probióticos na barreira intestinal e na função imunológica relacionada, inflamação e composição da microbiota. Uma revisão sistemática e meta-análises foram conduzidas. Utilizaram quatro grandes bases de dados (PubMed, Science Citation Index Expanded, CENTRAL e Embase). Diferenças médias ponderadas foram calculadas para resultados contínuos com intervalos de confiança (ICs) de 95% correspondentes, a heterogeneidade entre os estudos foi avaliada utilizando estatística I2 (teste qui-quadrado) e os dados foram reunidos usando meta-análises de efeitos aleatórios. A meta-análise de dados de um total de 26 ECRs (n = 1891) indicou que os probióticos melhoraram significativamente a função da barreira intestinal medida pelos níveis de TER (MD, 5,27, IC de 95%, 3,82 a 6,72, P < 0,00001), zonulina sérica (SMD, -1,58, IC de 95%, -2,49 a -0,66, P = 0,0007), endotoxina (SMD, -3,20, IC de 95%, -5,41 a -0,98, P = 0,005) e LPS (SMD, -0,47, IC de 95%, -0,85 a -0,09, P = 0,02). Além disso, os grupos probióticos demonstraram melhor eficácia sobre os grupos de controle na redução de fatores inflamatórios, incluindo PCR, TNF-α e IL-6. Os probióticos também podem modular a estrutura da microbiota intestinal, aumentando o enriquecimento de Bifidobacterium e Lactobacillus. O presente trabalho revelou que os probióticos podem melhorar a função da barreira intestinal e aliviar a inflamação e a disbiose microbiana. Mais RCTs de alta qualidade são necessários para atingir uma conclusão mais definitiva.

Como você sabe, o nosso intestino é chamado de “segundo cérebro”. Temos mais produção de serotonina no trato digestório do que no próprio cérebro.

Isso, porque ele abriga uma incrível comunidade de trilhões de microrganismos – a microbiota – que influencia não só a digestão, mas também a imunidade, o humor e até o cérebro.

Desde o nascimento até a idade adulta, a microbiota desempenha um papel crucial em diferentes fases da vida:

• Na infância, ajuda a formar o sistema imunológico e previne doenças alérgicas e infecções intestinais.

• Na vida adulta, regula o equilíbrio metabólico, melhora a digestão e absorção de nutrientes e protege contra inflamações.

• Na maturidade, contribui para a longevidade e a saúde mental.

E o que a ciência tem a dizer?

Estudos mostram que uma microbiota equilibrada é capaz de reduzir o risco de doenças crônicas, melhorar a digestão e até influenciar positivamente nossas emoções.

Mas, como cuidamos dela?

• Priorize alimentos ricos em fibras, como frutas, verduras e grãos integrais.

• Inclua probióticos na rotina, pois eles alimentam e fortalecem a microbiota.

• Reduza o consumo de ultraprocessados, que podem desequilibrar essa comunidade tão preciosa.

O uso de probióticos precisa de muita atenção e responsabilidade do prescritor. Muitas cepas podem ter benefícios mas outras nem tanto. As diretrizes da American Gastroenterological Association (AGA) indicam que certas cepas de probióticos podem ser eficazes na prevenção de infecções por Clostridium.  Em crianças, há evidências de que cepas específicas, como Saccharomyces boulardiiLactobacillus podem ser úteis para tratar diarreia persistente.

É importante notar que, embora os probióticos sejam geralmente seguros, a escolha da cepa e da dosagem devem ser cuidadosamente consideradas, especialmente em pacientes com doenças graves onde não se tem evidências científicas suficientes e indicação expressa em guidelines de tratamento para o seu uso imperativo. 
 
Por isso nada melhor do que estimular uma alimentação rica e variada para propocionar uma microbiota saudável e a proteção contra as doenças em todas as faixas etárias. 
Referências:
1. Zheng Y, Zhang Z, Tang P, et al. Imuno Frontal 2023 Abr 24:14:1143548. doi: 10.3389/fimmu.2023.1143548.
2. Filidou E, Kandilogiannakis L, Shrewsbury A, Kolios G, Kotzampassi K. World J Gastroent. 2024;30(15):2096-2108. doi:10.3748/wjg.v30.i15.2096.

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