A vitamina D é um pró hormônio que é sintetizado a partir do colesterol. Isto ocorre quando a forma 7 dehidro do colesterol vai para a pele e interage com os raios ultravioletas. A vitamina D3 e os metabólitos ativos como a 25 hidroxi e o 1,25 dihidroxi colecalciferol são considerados as formas mais potentes. Como a vitamina D é um hormônio esteróide, sua síntese inicia-se com o colesterol.
Para se obter a vitamina D precisamos de alguns veículos como a exposição solar, a alimentação ou os suplementos. Atualmente a incidência da deficiência desta vitamina lipossolúvel (solúvel em gordura) é bastante comum em nossa população, mesmo nos estados mais ensolarados. E por que isso ocorre?
A conscientização da população sobre o câncer de pele trouxe o hábito de usar protetor solar, cada vez com fatores de proteção mais altos o que provoca o bloqueio da síntese de vitamina D. A diminuição do consumo de leite e seus derivados também contribuiu para reduzir o aproveitamento da vitamina D.
Um estudo realizado na Dinamarca em 2013 confirmou que no inverno é natural a diminuição da exposição ao sol e por isso a tendência é diminuir a vitamina D. Mas naquele país, o uso de leite fortificado com vitamina D, diminui o decréscimo da concentração de 25 (OH) D sérica durante o inverno rigoroso e ainda pode aumentar a concentração de 25 (OH) D acima de 50nmol/L em crianças e adultos. Neste estudo 782 pessoas com idades entre 04 e 60 anos foram randomizadas e um grupo recebeu pão e leite fortificados com vitamina D e outro não.
O Institute of Medicine (2010) revisou recentemente as recomendações de ingestão de vitamina D para a população norte americana.
Tabela 1: Alimentos fontes de vitamina D:
Alimento (100g) | Quantidade de vitamina D |
Salmão selvagem | 600 a 1000UI |
Salmão de cativeiro | 100 a 250UI |
Sardinha em lata | 300UI |
Cavala em lata | 250 UI |
Atum em lata | 230UI |
Cogumelo tipo shitake fresco | 100UI |
Cogumelo tipo shitake seco ao sol | 1600UI |
Gema de ovo | 20UI |
Fonte: adaptada de Holick MF Vitamin D deficiency. N Engl J Med 2007; 357 (3): 266 – 81.
Tabela 2: Recomendação de ingestão de vitamina D de acordo com o estágio de vida e idade:
Estágio de vida | Idade | EAR | RDA | UL |
Crianças | 0 a 06 meses | 400 UI (10ug) | – | 1000UI (25ug) |
06 a 12 meses | 400 UI (10ug) | – | 1500UI (38ug) | |
01 a 03 anos | 400 UI (10ug) | 600UI (15ug) | 2500UI (63ug) | |
04 a 08 anos | 400 UI (10ug) | 600UI (15ug) | 3000UI (75ug) | |
Homens e mulheres | 09 a 70 anos | 400 UI (10ug) | 600UI (15ug) | 4000UI (100ug) |
>70 anos | 400 UI (10ug) | 800UI (20ug) | 4000UI (100ug) | |
Gestação e lactação | 14 a 50 anos | 400 UI (10ug) | 600UI ( 15ug) | 4000UI (100ug) |
Fonte: Institute of Medicine in: COZZOLINO S e COMINETTI C. Bases Bioquímicas e Fisiológicas da Nutrição nas diferentes fases da vida, na saúde e na doença. Manole, 2013, SP.
Importante ressaltar que a vitamina D exerce um papel fundamental na fixação do cálcio nos ossos (o que já é bem conhecido), mas existem outras tantas funções igualmente primordiais como prevenção de doenças autoimunes como diabetes melitus, doenças crônico degenerativas, além de sua carência dificultar a perda de peso.
Portanto, mais atenção a esta vitamina! Sol diariamente, pelo menos quinze minutos por dia sem protetor solar, ingestão alimentar satisfatória e suplementos quando necessário.
Referências Bibliográficas:
- Institute of Medicine. Dietary reference intake for calcium and vitamin D. Washington, DC: National Academy of Press, 2010.
- Holick MF Vitamin D deficiency. N Engl J Med 2007; 357 (3): 266 – 81.
- Am J Clin Nutr 2013 98: 383 – 388, 26 junho.
- COZZOLINO S e COMINETTI C. Bases Bioquímicas e Fisiológicas da Nutrição nas diferentes fases da vida, na saúde e na doença. Manole, 2013, SP.