A obesidade é frequentemente associada a um estado inflamatório corporal crônico. O tecido adiposo é um órgão endócrino que secreta uma variedade de citocinas e hormônios, inlcuindo adipocinas, que podem influenciar a inflamação sistêmica.
Em indivíduos obesos, o tecido adiposo pode se tornar disfuncional e liberar quantidades excessivas de adipocinas pró inflamatórias, como fator de necrose tumoral alfa (TNF a), interleucina-6 (IL-6) e proteína de fase aguda como a proteína C reativa (PCR).
Essas adipocinas podem levar a um estado inflamatório crônico de baixo grau, que pode contribuir para o desenvolvimento de doenças metabólicas, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e outras condições associadas à obesidade.
O lipedema é uma doença caracterizada pelo aumento bilateral e desproporcional do volume das extremidades inferiores e, em alguns casos, dos braços, devido à deposição anormal de tecido adiposo subcutâneo. É classificada em 4 estágios:
Estágio 1: a pele pode parecer lisa e macia, mas o tecido subcutâneo está aumentado.
Estágio 2: a pele pode apresentar nódulos paupáveis do tamanho de pérolas, conhecidos como “casca de laranja”.
Estágio 3: presença de dobras e reentrâncias sobre massas de gordura de deformantes, frequentemente associadas às limitações funcionais.
Estágio 4: definido pela presença de lifedema concomitante, representando uma evolução mais avançada da doença, como edema cronicamente manifestado e outras características comuns do linfedema, como celulite ou papilomatose.
A relação entre nutrição e lipedema tem sido objeto de interesse crescente na literatura médica, com foco particular em dietas cetogênicas e modificações dietéticas específicas.
Estudos recentes sugerem que dietas cetogênicas, que são ricas em gorduras e pobres em carboidratos, podem ser benéficas para o manejo do lipedema.Uma revisão sistemática e meta-análise indicou que essas dietas podem levar a reduções significativas na inflamação.
Outro estudo piloto que combinou uma dieta cetogênica mediterrânea modificada com carboxiterapia mostrou melhorias na composição corporal, textura da pele e redução da dor.
Porém, estas dietas NÃO SÃO SUSTENTÁVEIS A LONGO PRAZO.
Atualmente o que a literatura sedimenta é a alimentação mediterrânea pura e simplesmente com alimentos limpos, in natura, baixa em gorduras saturadas, rica em vitaminas, minerais e fibras pode de fato trazer resultados mais duradouras de CONTROLE DA DOENÇA.
Alguns suplementos também podem ser úteis como o resveratrol que pode diminuir os sinais e sintomas como a dor e desconforto que as pacientes sentem, devido a sua potente ação anti-inflamatória e ao reduzir a produção de citocinas pró -inflamatórias como a IL-6.